quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

40 anos

“Demasiado de uma coisa boa, é uma coisa maravilhosa”, Mae West
Muitos anos de vida são, para mim, uma coisa boa, eu quero demasiado desta coisa.
Mas convenhamos, 40 anos não são assim tantos anos de vida, apesar de já comporem um rico livro de histórias, uma compilação de experiências, um manual de vivências, (sem presunção).
Apaguei as luzes, a televisão e o facebook… a violência dos sons que vêm do exterior inspiram uma história de terror, mas não é por aí que pretendo seguir. Respiro fundo, vejo o sol, do qual nunca senti tantas saudades como este inverno, e encontro a luz que me guia por aqui, dentro de mim.
Dou de caras com a gratidão que hoje até se personificou, ao lembrar-me de tantas coisas boas que me rodeiam e que insistentemente é imperioso chamar até nós:
- a minha Maria que é a minha estrutura, o meu equilíbrio;
- o meu João que é o meu rejuvenescer, a minha infância, o meu brincar;
- o meu Flávio que é o meu desafio, a minha luta, a minha paixão irracional;
- os meus amigos de longa data que são a minha história;
- os meus amigos novos que são a minha inspiração e motivação;
- os meus pais que são a minha base, a minha antítese e a minha revolta;
- o meu irmão que é a minha admiração e o meu espanto, a minha distância;
- o meu trabalho que me põe à prova e me mostra capacidades emergentes;
- os meus colegas que são equipa num projecto de crescimento profissional;
- as minhas primas que são únicas, que são a minha dependência;
- a minha sorte que é o mapa que eu traço para a minha vida;
- o ar que respiro, o chão que piso, a flor que cheiro;
- a chuva que me molha, o sol que me aquece;
- cantar, dançar, carnaval;
- o cheiro a pão acabado de fazer, o sabor amargo do café;
- o bolo de iogurte que teimo em deturpar com chá de cidreira;
- a Oprah que me faz chorar, o dr.Oz e o resveratrol;
- as emoções que se me despertam, todos os dias;
- a fé no amor, que não se vê, que sinto por mim e que transpiro num desejo de dádiva e partilha…
tudo isto e tanto mais, me mantém viva, com 40 anos… Parabéns a mim, que mereço o privilégio do que já vivi e que acredito na longevidade da esperança.
São 4 da manhã, decidi que hoje iria viver o mais possível estas 24 horas acordada a fazer coisas de que gosto. Gosto de me enroscar no Joãozinho, quentinho, que está a dormir na nossa cama. Vou até lá e aproveito p’ra fechar os olhos por quase 2 horitas. Também gosto de dormir…
(O temporal continua lá fora…)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aqui é o mar em que desaguo,
Este é o céu em que voo
O chão das minhas pegadas
Calmas ou aceleradas
A vida feita de sensações
O meu mundo de emoções

Aqui volto quando preciso
E há muito que o não faço
Talvez seja bom sinal
Ou será que não faz mal
Reter tudo aqui dentro
Durante todo este tempo?

Sim, tenho muito para dizer
Há uma lista de temas
Que preciso desabafar
E para que pares de cobrar
Esta minha longa ausência
Voltei…

Para manter a essência
Para corresponder
Há um compromisso pessoal
Uma agitação sem igual
Quero permitir testemunhar
E assim perpetuar…

O quanto avanço e recuo
Os caminhos que trilho
As escolhas que faço
Os esboços que traço
Dos meus sonhos e quimeras
Os meus medos das feras

Gostava que aqui estivesse tudo
Tudo o que eu represento
Aqui, neste porto seguro
O Amor derruba qualquer muro
Aqui, que nada mais me devolve
Do que a paz que resolve

Voltei… para ficar…