terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Incompreendida ou não entendida

Como é que ainda fico surpreendida com a incompreensão ou o não entendimento de mim por pessoas que mal me conhecem ou que, digo mesmo, que nada me conhecem?
Não deveria ser a sinceridade compensadora por si mesma? Não seria a transparência a moeda justa de troca pela confiança de outros? Cada vez mais me parece que não. Frustra-me e irrita-me. Provavelmente julgam-me cínica, falsa, mas como é isto possível?! Como é que consigo enganar assim certas pessoas ? Pessoas próximas, porém distantes, claro! Não pode ser, não consigo acreditar que a minha essência não seja reflectida, que eu não espelhe a minha verdade, que é pura e simples e completamente despojada de pejorativos interesses. Sou grata por ser e estar, pelos sorrisos e lágrimas que lisonjeiramente testemunho, pelo que me é permitido contemplar em gente, em sítios, em coisas. Em troca, respeitem-me como a uma anónima, é melhor do que inventarem sobre mim.
Constato que a prudência é o melhor aliado. Afinal, aquela transparência não é mais do que uma exposição que se revela nefasta. E cá estou eu, também a ser formatada, a deixar-me de lado para aproximar-me do estereótipo convencional e obter a aceitação, livre de preconceito. Cá estou eu a ouvir os outros conjecturarem sobre a minha pessoa, sem nada saberem dela. O que é certo é que os ouço e que acabo por ser manipulada. Fraca, também me canso de estar sempre na linha da frente em combate e cedo, provando mais um pouquinho do sabor da derrota. A irreverência também pede férias ou então é levada pelos anos que passam. Odeio negligenciar, mas preciso descansar…

1 comentário:

  1. já ninguém quer pessoas assim... precisamos de gente sem vontade e sem opinião. Precisamos de gente sem nada, onde o tudo que lhes resta é apenas um vazio da sua essência.

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