
Fui ao teatro ver uma peça porque o nome era sugestivo: homens, nus num palco, nem sabía a fazerem o quê, a não ser cantar, porque o nome assim o explicita. Não havia qualquer outra expectativa do que... ver pilas ?! o quê ?! comprovar se era mesmo verdade?! descobrir como reagiria ?! era grande a curiosidade, pelo menos. Eis senão quando entram, julgo que 8 homens com as mãos a tapar as ditas, cantando e dançando... até aqui tudo mais ou menos. Quando os rapazes se mostram, ora bem, tossi, olhei para o lado, fingi que nem espreitava para apreciar, ri-me do riso de um grupo de idosas que pensei fossem cair p'ró lado, esforcei-me por manter o olhar na cara dos actores, tentei ao máximo focar-me nas vozes e nas suas habilidades a dançar, torci-me na cadeira vezes sem conta, mudando de posição. Enfim, habituar-me àquele cenário levou algum tempo até me sentir à vontade o suficiente para me focar nas ditas e inevitavelmente compará-las: de cores, formas e tamanhos diferentes, também elas parecem ter a sua própria identidade. Convenhamos: tentem lá imaginar um grupo de moçoilos, até jeitosos (bailarinos, muito trabalho naquele corpinho!), nus, aos saltos, a dançar, a cantar, a suar... Cenário interessante, não acham ? Por vezes ridículo, outras, cómico, outras até sensual.
O objectivo desta peça é chocar, mostrando a pila nas suas diversas facetas, em rábulas de nos fazer torcer de riso. A homossexualidade é protagonista, bem actual (já que até acabou de ser aprovada a lei que permite o casamento homossexual em Portugal). Gabo a coragem destes actores´e a sua irreverência e surpreendo-me a mim mesma, ao reagir de forma completamente inesperada ao confronto.
"Aqui, a nudez não se considera gratuita. Eles tiram as roupas para mostrar de que forma os homens se sentem despidos de cada vez que falam de si próprios. E é disso que se trata: de coisas de homens, que vão do amor e da sexualidade às idas ao ginásio ou à cerimónia da circuncisão."
"Juntos, em palco, não lhes falta entusiasmo. E hão-de cantar e dançar para quem os quiser ir ver: "Vá, venham aplaudir os rapazes que desfilam com mais uma canção, vamos lá despir esse vosso preconceito, neste musical estar sem roupa é respeito", cantam, quase no fim. Afinal, aqui, o público também tem de se despir - não de roupas, mas de inibições." in visao.pt
Ui... x2
ResponderEliminarMuito curiosa... quis ir mas faltou a companhia certa.
ResponderEliminarVale a pena? Sensual?
Quem mais viu?